Expositor Responsável: Antonio Carlos Tarquínio

Horário: Quarta-feira 19:30h

Início: 02/03/16  Duração: Março a Junho

Antonio Carlos Tarquínio, Mestre em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 2007 com a dissertação: Prohaíresis e Prónoia no Estoicismo de Epicteto, e Doutor pela mesma Universidade em 2015 com a tese: A askésis de desapropriação epictetiana à luz da kátharsis do Fédon de Platão.

Especialidade: As filosofias da era helenística.

Programa do curso:

No coração da filosofia espírita nota-se a presença da cultura da paz à guisa de síntese primorosa de princípios de quietação provenientes das escolas filosóficas que lhe antecederam na linha do tempo.

Os fundamentos dessa cultura repousam – ao menos no concernente à história da filosofia do mundo ocidental -, na tradição que desde a antiguidade vem ensinando que fora da autognose não há a menor possibilidade de adiantamento no caminho iluminativo de ascensão espiritual.

À vista disso, o Curso de Paz trilhará pelas filosofias da antiguidade tardia – espaço úbere -, em que foram gestados muitos dos axiomas apaziguantes de que fazemos uso até hoje.

O Cinismo de Antístenes, o Jardim de Epicuro e o Estoicismo de Zenão de Citium formularam teses preciosas em resposta aos problemas da inquietação e do desespero do homem ante os enigmas angustiantes do caminho.

Em nosso Curso de Paz utilizaremos as obras da codificação kardequiana em associação com textos escolhidos dos filósofos do período helenístico da história da filosofia.

Devo lembrá-los de que um curso de filosofia sério não pode prescindir da leitura e da discussão de textos. É porque haverá aulas expositivas combinadas com aulas de troca de impressões de leitura.

Ora, quem diz curso se refere à disposição de seguir caminho, em nosso caso, juntos.

Nossa viagem dependerá do quanto pudermos avançar, por isso será uma rota aberta, podendo-se acrescentar mais informações ou não à medida que formos nos adiantando na senda.

Alguns temas que serão abordados no curso de paz:

1. A noção de bem moral: felicidade e virtude na antiguidade.

1.1 Alexandre e a helenização do mundo antigo

1.2 A emergência do indivíduo.

1.3 A transformação da cultura helênica em cultura helenística. (grego ático/grego coiné).

1.4 Releitura dos diálogos platônicos considerados como testemunhos do Sócrates histórico.

1.5 A autarquia.

1.6 A ataraxia.

1.7 O sábio como modelo.

2. Soteria (salvação) pela fé (Pelágio e Agostinho)

2.1 Soteria (salvação) pela razão.

3. A individuação

3.1 A tradição socrática da filosofia.

3.2 O conhecer-se como cuidar-se.

3.3 Os “exercícios espirituais” como o próprio processo de individuação.

3.4 A Espiral da ipseidade: uma grande sacada do Herculano.

3.5 As três asceses do Herculano.

3.6 As três asceses de Epicteto.

3.7 O papel do logos (razão?) na terapêutica da alma.

Chrysipo

Epicuro

Sexto empírico

4. A solução do problema visceral da finitude

Epicuro

Epicteto

Bibliografia

  • As obras básicas da codificação
  • O livro “O ser e a serenidade” de José Herculano Pires

CICÉRON. Le Bien et Le Mal (De finibus, III). Bilíngue. Paris: Les Belles Lettres, 2002.

EPICTETO. Manual de Epicteto (Aforismos da Sabedoria Estoica). Introdução, tradução do texto grego Aldo Dinucci. 1.ed. Aracaju: UFS, 2007.

EPICTETO. Encheiridion de Epicteto. Tradução do grego, introdução e comentários Aldo Dinucci e Alfredo Julies. São Paulo: Annablume editora, 2014.

EPICURO. Sentenças Vaticanas. Texto, Tradução, comentários e notas João Quartim de Moraes. São Paulo: Edições Loyola, 2014.

_______. Máximas Principais. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

EPICURO. Carta Sobre a Felicidade (a meneceu). Tradução e apresentação de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore. São Paulo: UNESP, 1973.

E SILVA, Franklin Leopoldo. Felicidade (dos filósofos pré-socráticos aos contemporâneos). São Paulo: Editora Claridade, 2007.

FERRY, Luc. Aprender a viver. Rio de Janeiro: objetiva, 2006.

FOUCAULT, Michel. A Hermenêutica do Sujeito. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

FREUD, Sigmund. Os Pensadores (O mal-estar da Civilização). São Paulo: Abril, 1978.

HADOT, Pierre. O que é Filosofia antiga? São Paulo: Edições Loyola, 1995.

____________. Études de Philosophie Ancienne. Paris: Les Belles Lettres, 2010.

____________. Exercices spirituels et philosophie antique. Paris: Édition Albin Michel, 2002.

JAGU, Armand. Zénon de Cittium (son role dans l’établissement de la Morale stoïciene). Paris: Librairie Philosophique J. Vrin, 1946.

LAÉRCIO, Diógenes. Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres. Tradução do grego, introdução e notas Mário da Gama Kury. Brasília: UNB, 1987.

PASSMORE, John. A perfectibilidade do Homem. Rio de Janeiro: Liberty fund, 2004.

PIRES, José Herculano. O ser e a serenidade. São Paulo: Edicel, 1986.

REALE, Giovanni. História da Filosofia antiga. Tradução Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 1994. Volume III.

ROBIN, Léon. A Moral Antiga. Tradução Dr. João Morais Barbosa. Portugal: Edições Despertar, 1970.

SANTOS, José Manuel. A Serenidade do Mar. Razão e emoção na ética de Epicuro. WWW.lusosofia.net. Acesso em: -.

VOELKE, André-Jean. La philosophie Comme Thérapie de L’âme (etudes de philosophie hellénistique). Paris: Éditions du Cerf, 1993.

Os demais textos serão introduzidos de acordo com o andamento do grupo, sempre com tempo suficiente para prévia leitura.

Bom curso a todos!

Tarquínio

MATERIAL DIDÁTICO | CORPO DOCENTE | INSCRIÇÕES (Encerradas)